As crianças e o divórcio dos pais
Independentemente da idade as crianças, mesmo muito pequenas, compreendem perfeitamente o que se passa à sua volta, quando o relacionamento dos pais se altera.Quando as crianças se apercebem do divórcio dos pais, passam-lhes alguns pensamentos pela cabeça, tais como: Será que os meus pais já não gostam de mim?
Esses e outros pensamentos são causadores de muito sofrimento.
A decisão do divórcio deve ser contada à criança.
Os pais deverão ter uma conversa aberta com os filhos.
Os pais devem ser suficientemente claros para esclarecer todas as dúvidas da criança, e minimizar o seu sofrimento.
As crianças alimentam quase sempre a esperança de que se trata apenas de uma zanga e os pais vão voltar a ficar juntos.
É preciso explicar à criança que a realidade é diferente, e que o divórcio dos pais não é uma zanga mas uma decisão do casal.
Para as crianças é menos doloroso aceitar que os pais deixaram de gostar um do outro e que se vão separar, do que sentir-se culpada pelo divórcio dos pais.
Deve ficar bem claro para a criança que os pais gostam muito dela e vão apoia-la sempre.
Crianças em idade escolar
Quando os filhos estão em idade escolar, é essencial não ceder a birras ou ser-se demasiado benevolente, perante certos comportamentos.A criança pode ficar mais instável emocionalmente após a separação dos pais, mas pode aprender a fazer algumas exigências ou chantagem, exigindo determinadas coisas, por exemplo, ou dizer que prefere a companhia do familiar (mãe ou pai) que está mais ausente.
Aqui é preciso consolidar que ambos gostam da criança da mesma forma e nenhum dos dois deverá desautorizar o outro e acima de tudo evitar discussões em frente à criança.
Prepare-se para reacções de hostilidade, normalmente dirigidas ao progenitor com quem a criança vive, que pode culpar de ser responsável pela separação.
Dê-lhe tempo para aceitar a mudança.
É muito importante dedicar alguns minutos por dia a conversar com o seu filho sobre o que se está a passar, sobre os seus sentimentos e medos.
Como prevenir problemas na escola?
Avise os professores sobre a actual situação familiar.É importante a ajuda destes neste processo, principalmente no que diz respeito à capacidade de empatia e de saber ouvir.
Os professores devem ter em conta que o divórcio pode prejudicar o rendimento escolar da criança, além de poder estar associado à agressividade e a problemas relacionados com a atenção.
Peça-lhes para falarem consigo caso a criança mude drasticamente o seu comportamento após o divórcio para que seja possível avaliar qual a melhor forma de ajudá-la.
O que nunca deve fazer:
O comportamento dos pais fará toda a diferença no comportamento e aceitação das crianças, perante o divórcio.Os pais nunca devem discutir em frente aos filhos.
Trocar ofensas e acusações com as crianças presentes apenas gera confusão, sentimentos de culpa e revolta.
O divórcio é uma decisão que pode causar muito sofrimento a uma criança, mas ela certamente saberá ultrapassá-la depois de um processo normal de luto.
NÃO esquecer a palavra NÃO
Muitos pais tentam minimizar o sofrimento causado pelo divórcio cedendo a todas as exigências da criança e mostrando dificuldade em dizer não.Esta solução pode resultar a curto prazo, mas terá consequências extremamente negativas, como as dificuldades escolares ou problemas comportamentais.
Transformar o pai numa figura ausente.
Na infância, sentir que o pai é uma figura presente (ainda que não esteja em casa com a criança todos os dias), que protege, que é uma figura de referência e um bom modelo a seguir, que estabelece regras claras e exerce a autoridade quando é preciso são requisitos básicos para que a criança cresça com estabilidade emocional e equilíbrio psicológico.
Os pais não podem delegar nas mães todas as funções associadas à educação da criança.
Por outro lado, as mães também não podem utilizar em seu benefício o facto de lhes ser concedida a guarda da criança, optando muitas vezes por afastar o pai da criança, manipulando informações em seu benefício.
Passar por um divórcio é sempre um problema para qualquer um, mas após a tempestade também vem a bonança e é importante fortalecer a relação com os filhos.
Se os seus filhos estão em idade escolar, colabore ajudando nas suas tarefas escolares e participando nas reuniões da escola. Isso terá mais valor para o desenvolvimento da auto-estima da criança.
Decidam quais as regras e cuidados que ambos devem ter para serem bons pais porque será algo que os irá unir por toda a eternidade e a sua maior recompensa será a felicidade dos seus filhos.